Talk with: Kevin Parker

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- Cada vez mais bandas australianas ganham destaque no cenário mundial, existe alguma unidade nisso tudo ou podemos considerar o sucesso do Tame Impala e de outras bandas casos isolados?

Pra te dizer bem a verdade eu não ouço muita coisa na música. Não sei muito bem o que está sendo tocado hoje em dia ou as bandas que mais se destacam. Nem aqui na Austrália. Ainda mais porque nós somos de uma cidade bem distante de Sydney. A gente fica lá, tranquilo, enquanto o mundo não para de girar.

- O som do Tame Impala nos leva pra década de 60 com os sintetizadores, psicodelia e tudo mais. Quais referências daquela época você gosta muito?

Eu acho a década de 60 o período mais interessante quando penso em música. Ok, não só na música porque serviu de inspiração para todas as áreas da cultura. O que mais me chama a atenção nesse período foi a emoção provocada. As músicas, principalmente, carregavam algo além da própria música. Pensando em alguns nomes, poxa, eu amo Beatles. Também gosto muito de The Zombies.

- Qual o sentimento por trás do nome do próximo álbum?

“Lonerism” já é o nome do album. Esse nome tem a ver com separação, em ser abandonado, perceber isso e se sentir sozinho. Solidão nos permite falar de sentimentos muito profundos sobre nós mesmos e é muito bom conseguir fazer isso com a música.

- Como o Tame Impala enxerga o papel da internet e da difusão de conteúdo, ainda mais na divulgação dos álbuns, músicas, etc.?

A internet deixou tudo muito rápido e facilitou o processo de distribuição das músicas. Mais pessoas conseguem conhecer a sua banda, por exemplo. Só que por outro lado, sendo mais acessível, as pessoas podem gostar e desgostar da sua música muito rápido também.

- Vocês ganharam vários prêmios como álbum do ano pela Rolling Stone, Wami e J. Awards, o que acham disso tudo e até que ponto são válidos como reconhecimento do trabalho da banda?

Óbvio que ganhar um prêmio nos torna mais conhecidos e tal, mas não faz muita diferença ganhar ou não ganhar um prêmio. A gente não pensa nisso. Estamos preocupados em ir p/ estúdio e pensar nas músicas.

- As capas dos EP’s e dos álbuns do Tame Impala são lindas. Vocês tem o cuidado de pensar nelas e de alguma forma materializar o som da banda em uma imagem?

Definitivamente. A gente pensa muito nas capas, nas cores e em como a imagem pode se conectar com a nossa música. Por meio da imagem, é possível encontrar significados pessoais e tornar a coisa mais sincera ainda.

- Sobre a parceria com o Flaming Lips, conta pra gente como foi o encontro da Austrália com Oklahoma City.

Foi um tanto quanto curioso. A banda me chamou pra tocar guitarra. Eu fui lá, toquei uns acordes loucos. Foi uma experiência diferente.

- Pra terminar: o que você sabe sobre a música brasileira?

Eu deveria lembrar um nome pelo menos hahaha (…) Eu sou péssimo com nomes. Quero aproveitar o meu tempo no Brasil pra descobrir mais sobre a cultura de vocês, comprar uns discos e voltar pra minha cidade lembrando os nomes que eu não lembro agora.

(Foto por Rafael Pulido)

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